sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um hospital e várias histórias, parte II


Voltamos ao hospital na terça-feira seguinte. Eu estava muito gripada e precisei usar uma máscara para não infectar os pacientes. Minha voz estava horrível, mas minhas companheiras me ajudaram na hora da cantoria. Chegamos na sala onde Alisson estava, ela parecia bem melhor, apesar de agora está mais magro. Contamos histórias, cantamos e conversamos sobre a vida e nossas experiências como seres humanos, foi uma tarde maravilhosa.
Após conversarmos bastante com Alisson o convencemos de que precisavamos ir em outros leitos visitar outras pessoas. Antes de eu sair, Alisson me chamou e disse que na próxima terça queria me ver melhor e sem aquela máscara, eu sorrir e disse que queria muito que isso acontecesse.
Acabando o nosso trabalho no hospital, voltamos para a Universidade para guardar o material que sempre usamos durante as nossas visitas no intuito de incentivar os pacientes ao hábito da leitura. Passamos a semana pensando naquele garoto e ansiosas para vê-lo logo, no entanto fomos inviabilizados de ir ao hospital pelo fato de um feriado acontecer justo na terça-feira, tivemos que esperar mais uma semana para podermos visitar os pacientes.
Enfim, chegou a tão esperada terça-feira, enquanto estavamos na estrada cnversarvamos a respeito de todas as crianças e adultos que tinhamos contato e inclusive sobre Alisson, pensavamos que ele poderia está em casa ou que ele já poderia está bem melhor, andando por aquele hospital... nossas expectativas eram bastante positivas.
Ao chegar no hospital, passamos pelo corredor que nos dá acesso aos leitos. Deixamos grande parte do nosso material na Brinquedoteca e partimos para o setor da oncológia. Passamos por mais um corredor, meu coração acelerava, estava muito ansiosa para saber como se encontrava Alisson. Quando viramos o corredor e ficamos em frente ao quarto em que Alisson passava grande parte do seu tempo, tivemos uma surpresa... não havia mais ninguém lá, por um instante veio uma confusão em meu ser de alegria e tristeza por não saber o que se passava. Procuramos a enfermeira para perguntar o que havia acontecido, ela nos respondeu:
- Alisson... Alisson acabou de falecer essa manhã... ele estava sofrendo muito, não conseguia mais comer e nem beber, estava com os lábios feridos, o ferimento na barriga não cicatrizava. Ele faleceu essa manhã.
Eu não sei explicar o que sentí na hora, não sabia o que pensar... quis parar o trabalho durante aquele dia e ir para casa, mas não podia, ainda precisavamos passar em muitos quartos e ainda faltava completar o trabalho na brinquedoteca. Lembrei de todas as palavras que Alisson nos dizia, a certeza com que ele falava que iria melhorar e que logo estaria em casa... a forma como ele falava de Deus e do desejo que ele sentia em trabalhar com o evangelismo... Alisson foi um exemplo de superação para mim, ele estará para sempre guardado em meu coração. As imagens dos nossos dias, os sons das canções entoadas por nós, os momentos de conversas... não esquecerei.
Todas essas experiências têm me tornado em um ser humano melhor. Tenho compreendido aquela mensagem "Amarás o teu próximo como a ti mesmo...". Hoje sei o quanto é precioso fazer uma pessoa sorrir, ter um istante para ouvir o outro, tornar o dia das pessoas mais especiais...
Fazer a diferença de forma positiva na vida de alguém não tem preço.

2 comentários:

Wanderson Duke Ramalho disse...

Legal o blog. Vou segui-lo,ok?
Da um lida no meu assim que puder.
Grande abraço e belo texto.

Kelimar disse...

Obrigada Wanderson pelo comentário...
Com certeza passarei para visitar e acompanhar o seu ;)
Abraço.